Quando a gente supera a “barra” e seus mistérios, entre ondas e baixios, a ilha surge e descortina o universo marinho. Entre terra e baía, os que já conhecem reencontram. Os que ainda não viram, descobrem.
Se a gente deixar, se a gente quiser, a gente “se” descobre. O que há por dentro e por fora da nossa parte náufrago, marinheiro, ilhéu. A alma que se perdeu, o riso, o pranto e todo o encantamento em cada canto da ilha.
Praia é para quilômetros de pegadas, braçadas nas ondas do que se vê e do que é só ilusão oceânica. Solidão. Liberdade. Paixão atlântica. Explicar sem entender, o que é história e o que não é nada nos acordes do fandango, só batida e conversa com os antepassados. Cultura.
Navegar é necessário, além do ir e vir, comunicar-se com o resto do mundo. O poente e o porvir, um amanhã que pode ser de sol ou de tempestade, não importa. A ilha nos faz esquecer de onde viemos, para onde vamos de volta. Desde que aqui pisamos, esta é a nossa casa.
Fotos: Vinicius Sgarbe
Parabéns, lindas palavras!!