a terra úmida do coração

Saudade dói sem doer mas quando chega, fere, fura, cutuca e contamina. Eu tenho estado tosco, moído e carcomido de saudade. De meus filhos, meus pais, meus netos, de meu irmão que já foi…e nos deixou malucos de saudade. Eu tenho sentido uma saudade que parece que eu tô com saudade de mim, do que eu era, do que eu já fui… faz tempo. Eu ando meio aperreado com esse troço de saudade, esse sentimento roto, torto. Eu ando pensando que não vale a pena querer insistir em não sentir aquilo que está nas nossas vidas, como o adubo pro solo do coração: saudade. Primeiro a matéria se forja, feito lágrima, pensamento… em seguida a matéria apodrece na terra úmida do coração, depois se espalha pelo corpo, até virar choro, choro de saudade. Eu tenho saudade do mundo, de como eu esperava que ele fosse. De paz, de um pouco até de ingenuidade, tenho uma saudade doída, danada, arretada de todos vocês.

Sobre fernandoparracho

Jornalista com mais de 30 anos de experiência, fazendo uma transição para a vida rural. 🌱🏞️ Mas ainda atuando na comunicação, criação de roteiros e textos de vídeos, gravação de reportagens, produção de vídeos institucionais, materiais de divulgação, locução, apresentação de eventos e congressos.
Esse post foi publicado em "Time and a word", Trilho sonoro, Um tempo, um lugar. Bookmark o link permanente.

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