Caetano Veloso está completando 70 anos. Podem dizer o que quiserem, pois com este baiano é assim: ou se ama ou se odeia. Não há meio termo quando se trata desse compositor e intérprete único. Tenho uma tese de que Caetano continuou a obra de Noel Rosa, em outro tempo, com outra concepção. Mas a raiz da poesia de um está na temática de outro. Veja o verso: “não me venha falar da malícia de toda mulher/cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Aí está Noel, revisitado pelo gênio tropicalista. Mas há muitos exemplos. Pra mim, Caetano reescreveu a língua, fez-se parceiro do tempo, reinventou a poética num cenário de extrema caretice, num ambiente reacionário e conservador. Setenta anos de música no violão desse cara, não se resumem em sete linhas. Mas minha singela homenagem foi buscar em “O quereres”, num histórico dueto com Chico Buarque, do antigo programa “Chico e Caetano” que ia ao ar numa noite da semana muito tempo atrás na Globo, uma rápida e sincera evocação do mito Caetano. Ele, se revelando e explicando porque levantou e ainda levanta tanta polêmica. A retórica é tão simples e óbvia, mas não há auto-retrato tão genial e inventivo de alguém que sempre encarou de frente público e a crítica, com uma franqueza clara e evidente.
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E tem um detalhe muito importante no comportamento do nosso querido Caetano: durante muito tempo ele escolheu a cidade de Curitiba para fazer o lançamento de seus discos e Shows.
Um forte abraço
Isso mesmo, meu irmãozinho, e tricotou várias com o Paulo Leminski, de quem gravou a célebre “Verdura”: “de repente me lembro do verde, a cor verde é a cor mais verde que existe, a cor mais alegre, a cor mais triste, o verde que vestes, o verde que vestistes….” Grande abraço Cacá. E faça como o Caetano…venha lançar seus trabalhos aqui também em Curitiba….rs…. só assim a gente consegue se ver…..