No país dos ayatollás, é assim. A pena de morte executada da forma mais cruel e teatral: a forca, acionada por guindastes hidráulicos. O julgamento, baseado na interpretação do Alcorão que os sacerdotes se julgam aptos a fazer, determina como pena desde o apedrejamento (dos tempos de Cristo) até a morte por enforcamento. O país, com séculos de história, uma cultura recheada de arte, poesia, literatura e também religião, está mergulhado na bruma espessa da ignorância e do atraso, desde o fim da década de 1970, quando Khomeini voltou do exílio na França e tomou o poder. Não que antes, no período do xá Reza Pahlevi, as coisas fossem melhores, apenas se respirava uma atmosfera um tanto menos dominada pelos fanáticos líderes xiitas. O Irã é como uma princesa rica e inteligente, acorrentada num quarto frio, úmido e mofado, mantida com alimento e ar suficientes apenas para a sobrevida. O Irã com sua ira xenofóbica, fundamentalista e radioativa, é hoje uma lástima entre os povos do Oriente. Mas as coisas vão mudar. O país tem um destino traçado e vai, com toda a certeza, superar esses tempos sombrios para assumir uma condição de liderança na transição espiritual da humanidade. Aí, então, a ira de amanhã pode recair sobre os algozes de hoje.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1112795-ahmadinejad-e-seus-guindastes-da-morte.shtml