Saí em busca do litoral. Não o que desenha mapas e define a costa. Viajo à procura do meu litoral, horizonte esquecido, há muito perdido. Vou na direção daquela janela que se abre para a alma. Daquele portal de luz e água que sobe e desce, que permanece o mesmo e se renova, também, a cada movimento. É uma busca de mim mesmo, porque sei que em algum ponto deste litoral eu me conecto com a energia que ilumina o mar interior (de certa forma infinito), que faz as ondas jogarem pra fora o que não serve mais, que é ao mesmo tempo passeio e morada. Superfícies de calmaria, profundezas de mistérios que me lanço a (re)descobrir.
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Olhando o mar, sonho sem ter de quê
Fernando Pessoa
Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, ‘star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.
Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
Fernando Pessoa