Quando se fala em Paraguai, é inevitável a imagem que todos conhecem de um lugar onde se compra todo o tipo de bugigangas. De relógios a eletrônicos, de produtos “orientais” de qualidade duvidosa (pra dizer o mínimo) a cópias de roupas de marcas famosas e remédios, de dvd´s piratas a armas ilegais, de toda a sorte de “atrativos” que costumam cruzar a fronteira. O Paraguai também é muito conhecido pela produção e exportação de maconha. Mas o país tem muitos outros aspectos positivos que, por vezes, passam ao largo dos noticiários. É o parceiro do Brasil em um dos maiores projetos de geração de energia do mundo. Dividimos a Itaipu Binacional com os paraguaios, não importa o quanto se questione sobre o quanto cada país colocou na construção da obra épica. Alguns dizem que o Paraguai entrou com a margem do rio, e o Brasil, por meio da sanha desenvolvimentista dos governos militares, entrou com o resto… Assunção é uma cidade que tem seus atrativos turísticos. De bons restaurantes e bares a prédios históricos e artigos artesanais. O Paraguai tem o Chaco, que é um patrimônio ambiental de grande valor. Mas lá, como aqui, movimentos de atuação questionável põem em jogo a credibilidade de governos e a imagem da nação. É o que aconteceu no passado recente, com os “campesinos” (camponeses, em português), uma legião de despossuídos que espalharam o terror em regiões do país colonizadas por brasileiros na década de 1970, ameaçando e intimidando colonos que dedicaram a vida a plantar e colher a riqueza numa terra onde antes só havia mato, construíram cidades e geraram riqueza e renda não somente para si e suas famílias, mas para o país. Agora, o terror renasce com os chamados “carperos” (expressão que está relacionada à palavra carpa ou barraca de lona, em português), outro grupo surgido na esteira dos campesinos e decidido a tomar de assalto as propriedades adquiridas legalmente pelos agricultores brasileiros, hoje administradas com muita competência e alta produtividade pelos filhos e netos, nascidos no Paraguai. O absurdo chega ao ponto de um dos líderes do movimento declarar a um jornalista de uma rádio paraguaia que estes agricultores, paraguaios de origem e de registro civil, cidadãos que foram criados no lugar onde nasceram, frequentaram escolas, aprenderam o idioma e os costumes, a cultura, o respeito e o amor pela “pátria guarani”, não são “paraguaios puros”. A expressão xenofóbica e racista não pode ser aceita. Todos os agricultores com quem conversei em Santa Rosa del Monday e Ñacunday, epicentro da ação dos carperos, além das lideranças políticas locais (paraguaios, filhos de paraguaios e que falam o guarani!) são categóricos em afirmar que o movimento comandado por líderes deste tipo, é amplamente incentivado, protegido e até oficialmente assessorado pelo presidente paraguaio, o ex-bispo da Igreja Católica Fernando Lugo. Vamos ver como o governo brasileiro vai conduzir a questão. Se apoia os seus cidadãos que adquiriram terras no país vizinho atraídos pela promessa feita pelo próprio presidente paraguaio à época, de trabalhar e construir o futuro em troca apenas de respeito e segurança ou se simpatiza com a causa pseudo-socialista e cede aos caprichos políticos de um líder que não parecer estar muito preocupado em mudar a imagem do seu país.
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