
Todo dia, de manhã, pra espantar o sono, pra acordar. Ver raiar o sol ou lamentar o tempo fechar. Pra ter ideia, em meio à dúvida… pra acreditar. Pra fazer pensar, pra refletir, sentir o amargo da razão invadir o paladar. Ou no cair da tarde, pra ver o sol se debruçar no horizonte, longe. Pra dividir, compartilhar, na mão o gesto amigo de estender a cuia à outra mão que espera. Líquido verde e quente dos xamãs, que vem da folha da floresta, percorre o pampa e ganha outros lugares a perder de vista. Um gole de paz, que se faz necessário mais do que nunca. Bebida charrua, que se inicia quando a chaleira “chia” e a água escorre lenta pela parede do porongo. “O mate tá pronto”, como dizia Dom Cândido, nas manhãs geladas da fronteira, ao ver Sant´Ana pela porta que se abria. Que venha o dia, no brilho forte de uma manhã campeira.
Baita texto! Um abraço, tchê!