Foi preciso uma tragédia, que levou a vida de 231 jovens na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para que autoridades civis e militares corressem para tomar providências com relação à segurança de casas noturnas. Sempre é assim. O Brasil é movido a tragédias. Incêndios, acidentes aéreos, naufrágios de embarcações que navegam lotadas nos rios da amazônia e no mar, grandes desastres nas rodovias, mal conservadas, mal sinalizadas e sem punição decente para quem dirige de forma abusiva e criminosa. Só depois de registradas as mortes, os responsáveis por estes setores, por fazer cumprir as normas de segurança, correm para anunciar medidas de fiscalização, mais rigor no cumprimento da lei. Até que aconteça o pior, o que existe é condescendência, desdém e até conivência com as irregularidades. Duas informações divulgadas ontem nos fazem pensar na falta de responsabilidade que aumenta os riscos de acidentes. A primeira é intrigante: em geral, os bombeiros não dão conta de vistoriar todos os locais, e o dono do estabelecimento é que deve pedir a vistoria. Ela só é feita em caráter obrigatório no momento da concessão do alvará, da licença de funcionamento. Depois disso, apenas se for solicitada pela boate, pelo bar, lanchonete, enfim. A segunda é revoltante, e dita em alto e bom som, por um empresário da noite, numa entrevista a uma rádio de Curitiba: é prática comum em boates a entrega de um sinalizador como brinde para os clientes que compram uma champagne. Seria uma forma de “diferenciar” o cliente vip da casa! Foi um sinalizador, lançado pelo cantor da banda que se apresentava na boate Kiss, que provocou o incêndio que matou 231 jovens e feriu dezenas de pessoas, no domingo, 27 de janeiro de 2013. Medidas mais rigorosas virão, mas só nos primeiros dias, nas primeiras semanas depois da tragédia de Santa Maria. Breve, muito breve, todos veremos o noticiário esfriar, a situação se acomodar para que jovens voltem a frequentar casas noturnas que só tem uma pequena porta de entrada, sem saídas de emergência e com seguranças sem qualquer preparação para enfrentar tumultos, treinados apenas para impedir que alguém saia sem pagar a conta.
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