Quem é do mar não enjoa (já dizia Martinho da Vila!)

Gosto de navegar. Mais do que tudo gosto do mar. Talvez os antepassados lusos sejam a explicação. Afinal, eles não temiam desafiar os mares. Cruzaram os oceanos todos desafiando as ondas, os cabos e as tempestades. Neste catamarã da foto, fiz o trajeto de volta de Morro de São Paulo para Salvador, numa tarde em que na ilha ainda brilhava o sol.  Mas depois de zarpar, o céu escureceu, a chuva caiu implacável sobre a embarcação. O catamarã que navega bem, cortando suavemente as ondas, começou a sacudir, a balançar de um lado para o outro. Várias pessoas passaram mal, enjoaram e tiveram que usar os “saquinhos” plásticos que estavam enrolados à frente de cada poltrona. Foi um pandemônio à bordo, gente tentando tomar um ar, caminhar, pessoas tontas, mareadas, pálidas, lutando pra se segurar em pé. Eu me lembrei da célebre orientação de olhar somente para a linha do horizonte e não encontrei… tinha desaparecido sob o cinza escuro da tormenta. Não cheguei a passar mal, resisti não sei se por sorte ou pelo sangue português. Naquelas duas horas e meia de mar batido, chuva e vento, pensei nos marinheiros que atravessavam o mar em caravelas de madeira e velas de pano. Gosto do mar, gosto de navegar, mas definitivamente não sou um bom marujo.

Avatar de Desconhecido

About fernandoparracho

Jornalista com mais de 30 anos de experiência, fazendo uma transição para a vida rural. 🌱🏞️ Mas ainda atuando na comunicação, criação de roteiros e textos de vídeos, gravação de reportagens, produção de vídeos institucionais, materiais de divulgação, locução, apresentação de eventos e congressos.
Esta entrada foi publicada em Um tempo, um lugar. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário