A imagem de Taras Shevchenko está em muitos lugares. Ele é o poeta da Ucrânia. Conhecido pela história de resistência, de defesa da liberdade, da cultura e das raízes do povo ucraniano. Sofreu, lutou, fez da palavra uma arma pacífica contra a opressão, a injustiça. Foi degredado, mas deixou uma herança de sonhos, de expectativas e de conquistas, muitas ainda estão por vir. E poemas como este:
“Zapovit” (Testamento)
Quando eu morrer, sepultem-me
numa colina,
em meio à estepe ampla,
na amada Ucrânia:
para que eu possa ver
os vastos campos semeados,
o Dnipró, os montes retorcidos
e ouvir como, ruidoso, ele ruge!
Quando for levado da Ucrânia
ao mar azul o sangue inimigo,
então eu tudo deixarei, campos e montes
e até Deus voarei para rezar.
Mas até então, a Deus eu desconheço!
Sepultem-me e levantem-se,
arrebentem as algemas
e com o mau sangue inimigo
reguem a liberdade!
E não deixem de recordar-me
na grande família,
na família livre, nova,
como uma boa, suave palavra!