Na bicicletaria perto do Parque São Lourenço, um senhor ensina um menino de uns seis, sete anos a andar de bicicleta. A bike especial para iniciantes, tem um cabo na parte traseira, que o senhor segura para dar estabilidade, fazendo a função das velhas rodinhas… Sentindo o menino já mais confiante, o senhor solta a bike e o menino pedala por uns três metros, até cair, naquele que deve ter sido um dos primeiros tombos na vida. Vai aprender a se equilibrar em duas rodas (e na vida), graças aos tombos. E vai ser mais um ciclista nesse mundo dominado pelos carros e motoristas apressados e imprudentes!
A algumas quadras dali, a obra segue em ritmo forte. Já está nas colunas que vão sustentar o prédio de linhas arrojadas e todo envidraçado, para poder expor melhor os produtos da nova loja: uma revenda de carros, provavelmente importados, caros, barulhentos e poluidores. Duas cenas que mostram bem o que é Curitiba, uma das cidades do país com maior número de carros por habitante. É tanto carro, que daqui a pouco, vão ter que construir outra cidade! Ou implantar um rodízio, em que só a metade dos motoristas pode dirigir dia sim, dia não.