O Globo Repórter mostrou ontem que o governo tem projetos para construir 22 usinas hidrelétricas na amazônia. Quatro no rio Teles Pires, cinco no Juruena, três no rio Tapajós e outras quatro no rio Jamanxim. Os reservatórios, necessários à produção de energia e que vão inundar grandes extensões de terra, terão três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Vão ficar debaixo d´água áreas de proteção ambiental, criadas para preservar a natureza, que incluem Parques Nacionais. Até uma parte da Rodovia Transamazônica (uma das grandes agressões à amazônia, construída durante os governos da ditadura militar) vai ser inundada. “Se parques naturais vão desaparecer, para que estrada?”, devem pensar os técnicos que projetaram estas usinas. Isso sem falar de Belo Monte, principal obra do Plano de Aceleração do Crescimento, e a mais polêmica também. Pode acabar com a “volta grande” do rio Xingu, que tem 100 quilômetros de extensão e as margens povoadas por ribeirinhos e populações indígenas, que há séculos dependem do rio para sobreviver, desde muito antes dos primeiros colonizadores descobrirem que a floresta existia! Com a inundação, vão desaparecer trechos importantes da maior floresta do mundo. Os animais terão o seu habitat reduzido. Os homens também. O país tem recursos para construir estes monstros de concreto em plena selva, mas não tem dinheiro e nem pessoal para fiscalizar a extração criminosa de madeira de áreas muito próximas à construção das usinas. Hoje, o Jornal Nacional mostrou numa reportagem de Danyela Assayag, que os botos cor de rosa e tucuxi estão desaparecendo nas redes, abatidos para servirem de isca para a pesca predatória de outras espécies, apesar do trabalho de biólogos e outros profissionais que fazem um esforço enorme para identificar, monitorar e proteger estes animais. A amazônia está desaparecendo, diante dos olhos de todos nós, com a chancela oficial, com a ganância de exploradores ilegais, com a máfia da madeira, do garimpo e, certamente, com a bio-pirataria. Em troca, teremos -segundo as fontes oficiais e os defensores das grandes obras- energia suficiente para continuarmos “desenvolvendo” o país. Falta discussão sobre o assunto. E sobram perguntas: quanto vai custar esse desenvolvimento? E que tipo de desenvolvimento queremos? Para a amazônia e para o Brasil.
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