O colosso de pedra é um vulto do tempo. Um corte na história que parece ter parado, mil anos atrás. Não há movimento, apesar dos milhares de visitantes indo e vindo todos os dias. Eles chegam apressados, de todas as partes, ocidentes e orientes mais longínquos. E esqueça tudo o que já viu e ouviu sobre filas. Sobre respeitar a vez, há sempre um turista querendo ser o primeiro a entrar, o primeiro a ver o que todos verão, segundos depois. Um grupo indiano posa para a foto com o nome da empresa da família num cartaz. Os dinamarqueses, pai, mãe, filhas, genros, quase lívidos de tão loiros, os peruanos e os brasileiros, movidos pela curiosidade de quem não teme a caminhada ao sol de junho em Roma. O coliseu assusta, num primeiro olhar. Impressiona depois da primeira piscada, apaixona no observar mais demorado. Causa arrepios, ao pensar nos inocentes martirizados. A realidade quer superar o tempo, enganá-lo, como se ali, nada mais houvesse. Ou ainda tudo estivesse como sempre foi. Em cada centímetro da pedra, uma prova de que o tempo é veloz e inerte, a uma só vez. O tempo é ilusão de ótica, enquanto tentamos entender o que passou, no vôo da história. Roma é a arqueologia viva, uma escavação a cada esquina, uma autopsia do tempo.
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